Tenho a impressão que a Acadimia adora matar seus mocinhos. Quanto mais inusitado, melhor. Os Infiltrados, vencedor em 2007, é um filme bom. Estavam devendo uma estatueta dourada pro Martin Scorsese desde Taxi Driver. Mas o “Oh!, agora sim ele leva o Oscar!” foi muito pela cena abaixo.
“Surpresa! O mocinho morre no final!” estava muito batido, coisa de amador. A ideia de matar o mocinho no ápice do filme mereceu o Oscar e a nossa indicação. Quando o espectador está todo envolvido, adorando ver o Damon apanhar muito e achando que finalmente o DiCaprio vai parar de sofrer, boom! Clap, clap, Martin!
A partir daí matar o bonitinho do filme em um susto ficou corriqueiro, como em Queime Depois de Ler (2008).
Martin Scorsese finalmente levou a estatueta dourada e o filme levou também os prêmios: Melhor Roteiro Adaptado (William Monahan) e Melhor Edição (Thelma Schoonmaker).
Antes de Os Infiltrados, outro filme vencedor do Oscar também surpreendeu – não porque matou o mocinho no final, mas pelo inusitado assassino. O mistério acerca da morte do pai de família cansado Lester Burnham (Kevin Spacey) em Beleza Americana, vencedor em 2000, é tão bom quanto o de Quem matou Odete Roitman!?
No final, é revelado o inesperado assassino- vizinho-militar-gay-enrustido (Chris Cooper).
Beleza Americana venceu também nas categorias: Melhor Diretor (Sam Mendes), Melhor Ator (Kevin Spacey), Melhor Fotografia (Conrad Hall) e Melhor Roteiro Original (Alan Ball).
Abs, @abelardobarbosa